Recentemente, a Embrapa publicou um estudo relevante sobre as emissões de carbono na agricultura brasileira, estimando o custo em US$ 11,54 dólares por tonelada de CO2 equivalente.

Este estudo, publicado na Revista de Economia e Sociologia Rural, destaca a importância da precificação do carbono como ferramenta para incentivar práticas agrícolas mais sustentáveis. A análise realizada incluiu uma revisão de 32 estudos internacionais dos últimos 20 anos, abordando variações de custo do carbono que vão de US$ 2,60 a US$ 157,50 por tonelada, dependendo de fatores como PIB, uso de fertilizantes e participação da agricultura na economia.

Principais Resultados

Variação dos Preços do Carbono: Foi identificada uma variação nos preços do carbono, entre USD 2,6/tCO₂e e USD 157,5/tCO₂e, influenciados por heterogeneidades socioeconômicas, agrícolas e geográficas.

Impacto Econômico: Observou-se uma relação negativa entre o PIB per capita e as emissões de CO₂ per capita, sugerindo alta elasticidade das emissões em resposta às mudanças na precificação do carbono.

Fertilizantes Nitrogenados: Houve uma relação positiva entre o uso per capita desses fertilizantes e o preço do carbono.

Contexto Brasileiro: Para 2021, o valor do carbono estimado para a agricultura brasileira, utilizando regressão quantílica, foi de US$ 11,54/tCO₂e.

Conclusão do Artigo

O artigo conclui que é crucial a aplicação de metodologias cientificamente robustas na precificação do carbono na agricultura para servir de parâmetro aos sistemas nacionais de valoração ambiental. A pesquisa visa abordar o gap na literatura, que prioriza mais a agricultura de baixo carbono do que a precificação em si, fornecendo uma base prática para o desenvolvimento de políticas específicas.

Análise Crítica e Opinião

Na Verum Carbo, enxergamos que a precificação de carbono era mesmo uma peça que faltava neste quebra cabeças que é o crédito de carbono no Brasil. Essa precificação é uma oportunidade estratégica para o agronegócio brasileiro.

Integrar práticas pode acelerar a transição para uma economia de baixo carbono, ainda mais agora com o norteamento para a precificação correta, alinhando-se à nossa missão de promover soluções sustentáveis que reduzem emissões e aumentam a eficiência operacional.

Este estudo da Embrapa reforça a necessidade de políticas públicas que incentivem tecnologias que reduzam emissões, e que sequestram carbono, contribuindo para a sustentabilidade do setor.